Educação

Conceituar educação é tarefa das mais difíceis e complexas em razão de sua amplitude e abrangência em relação ao homem e às sociedades. Em geral, a palavra educação tem sido definida como o conjunto de todos os acontecimentos que ocorrem na trajetória de indivíduos e sociedades, seja em se tratando de transformações sociais, econômicas, políticas e acadêmicas, propriamente ditas, sejam culturais, afetivas, enfim, trata-se do desenvolvimento humano como um todo. A educação também é o modo como as pessoas lidam com seus elementos estruturais em comunidades, suas regras, padrões estabelecidos de comportamento, moral e ética.

A educação é todo este contexto vivencial onde as ações de alguns, especialmente as gerações anteriores, exercem força e influência sobre as novas gerações. É o conjunto de todo aprendizado em suas diversas formas de manifestações e expressões a se diferenciarem por culturas, questões temporais, geográficas e históricas, que tanto lapidam como diferenciam universos educacionais. A educação fala do modo de ser, agir, falar, comer, amar, cantar, conversas, trabalhar, enfim, de todas as formas de convivência. É um processo permanente de crescimento desde que o homem começou sua caminhada na terra. Ainda que as letras não conhecessem, ainda que os códigos em idiomas não existissem. Educar é comunicar, transformar, fazer nascer, crescer e se desenvolver um povo onde quer que ele esteja e sejam quais forem suas condições.

Alguns autores definiram a educação com peculiares olhares. Para Kant (1999) a educação tinha como finalidade desenvolver no indivíduo toda a educação de que ele pudesse ser capaz. Esta definição põe uma questão em foco que é o que vem a ser a perfeição. Assim colocada instiga a um conceito universal, único do que seja a perfeição, descaracterizando as especificações próprias de cada povo em seus objetivos e elementos de admiração em suas mais diversas esferas. O que um povo tem como metas ou como objetivos específicos são muitas vezes diferentes dos demais. Desta forma, a palavra perfeição perde força por ser um conceito por demais generalizado. Cada Nação, povo, tem sua identidade própria, com suas referências de perfeição e imperfeição, de modos singulares, de acordo com seu perfil.

A palavra perfeição sugere algo idealizado, pode-se dizer até algo abstrato em se tratando da perfeição de ser do homem que evocaria matérias em um plano muito idealizado e não atingiria o curso de um desenvolvimento dentro de um contexto real, voltado para o aprimoramento humano, que é resultado do desenvolvimento e do conhecimento atingidos tanto individualmente pelo homem quanto pelos agrupamentos sociais. A perfeição é uma busca, enquanto dimensão da motivação, do aprumo vivaz que impulsiona a ação, à realização, mas não deve ser vivida em um plano que descaracterize as especificidades realizadas, elaboradas e construídas em sociedades.

Assim sendo, tantos seriam os fatores a incidirem sobre a educação que ficaria difícil traçar metas e planos de ações regulares sobre a educação pelas inúmeras variáveis, algumas de difícil ou impossível controle, como condições geográficas. De qualquer modo, essas variáveis vão ter sim influência sobre condições educacionais, mesmo que seu controle seja inexistente. (Texto integrante do corpo da Dissertação de Mestrado apresentada em julho de 2013.)